Uau, uau, uau...eu poderia parar por aqui minhas impressões sobre O Fantasma da Ópera e vocês já iriam compreender que amei.
Mas não vou fazer isso por várias razões, uma delas é que eu não amei o tempo todo. Na verdade, por uma centena de páginas eu li por uma imposição que fiz a mim mesma.
Ganhei essa versão capa dura bilíngue português/francês há 6 anos, no meu aniversário de 40 anos. Mas, eu tenho um jeito meio abrutalhado de me relacionar com os livros: eu risco, sublinho, marco página com a própria caneta, enfim, livro bonito acaba virando enfeite.
No entanto, faz parte de meu processo de desenvolvimento pessoal a leitura de alguns clássicos, assim como beber água, praticar exercício físico etc.
Conclusão, tirei O Fantasma da Ópera do meu buffet e o "matei" em 15 dias.
Como eu disse acima, foi um esforço avançar. São inúmeros termos técnicos relacionados aos espetáculos de música e dança. Além do fato do romance ter sido lançado em 1910 e na França!!! O vocabulário muitas vezes fugia à minha compreensão, por consequência, deixei passar alguns fatos.
E, se me permitem fazer uma pequena crítica a Gaston Leroux (blasfêmia!!!), acho que ele se perdeu um pouquinho sim. Vinha contando tuuuuuuuuuudo sobre a Opera de Paris (aparições do Fantasma, comportamentos e características dos funcionários e diretores, etc etc etc...) e, de repente, aparece um tal de Persa que resume tudo o que foi falado até então e que vive as maiores aventuras junto ao mocinho. Por fim, após essas aventuras, o livro acaba, me deixando a sensação de que metade do livro se perdeu.
É que, na verdade, o autor dispensou bastante tempo em nos apresentar o cenário. Lamento não ter lido esse livro antes de conhecer a Ópera Garnier. Eu, que já fiquei deslumbrada com o lugar, certamente teria vivido uma emoção ainda maior.
Mas, vamos à história. Que pecado resumi-la a tão poucas palavras... Peço perdão ao Senhor Gaston e a vocês, mas é para isso que estou aqui.
Bom, primeira coisa: Não existe fantasma algum!!!
Erick é um homem com características físicas bem peculiares. Ao que tudo indica, apresentava má formação facial que o fazia ser rejeitado até mesmo por seus familiares. O fato de não ter recebido amor materno genuíno, o tornava obcecado por qualquer tipo de afeto por parte de uma mulher. Queria ser amado e faria qualquer coisa para isso - até mataria.
Foi considerado um fantasma por duas razões:
1) Usava uma máscara que lhe cobria meia face e o nariz que não possuía (ele sonhava em ter um nariz);
2) Era extremamente inteligente e talentoso, não só musicalmente mas, também, em projetos de arquitetura (ou engenharia, não sei). Foi capaz de construir sala de espelhos, portas ocultas e basculantes, criar ilusões e dar a impressão de estar em vários locais ao mesmo tempo ou de agir sem que pudesse ser visto. Também era ventríloquo, fazendo com que sua voz aparentasse estar distante do corpo.
Erick se aproveitou da inocência de uma jovem cantora, Christine, para tomá-la como esposa. Christine Daaé sempre ouviu a história de que havia um Anjo da Música e seu pai lhe prometeu enviar-lhe o anjo quando viesse a morrer. Não foi difícil para Erick convencer a moça de que era o tal anjo. No entanto, Christine amava e era amada por Raul de Chaugny, o que dificultou os planos do fantasma/anjo/assassino/Erick.
O mocinho estava prestes a sequestrar a mocinha, quando o vilão se antecipou.
E é, nesse momento, que a história fica emocionante.
Surge um tal de Persa, que conhecia muito bem todas as técnicas de Erick e a quem o fantasma tinha uma dívida de gratidão.
Persa se pôs a ajudar Raul na busca por Christine. E, o que eles passaram, dá falta de ar só de lembrar. Não aconselho claustrofóbicos a lerem...
Ficaram presos em locais insalubres, em temperaturas extremas e, depois, água, muita água.
Seriam mortos se Christine não tivesse prometido sua mão a Erick em troca de salvar os dois.
Mas Christine foi doce, gentil e honesta, o que comoveu o coração duro do fantasma. Ele viu o sofrimento na moça e decidiu libertá-la para que vivesse seu amor. A cantora fez algo jamais feito por uma esposa viva (porque ele matou as outras): beijou-lhe a testa e deixou que ele beijasse a sua testa.
Christine e Raoul fugiram para bem longe de Paris, mas antes, foi feito um acordo com o fantasma de que ela viria enterrá-lo e devolver a ele o anel de noivado tão logo soubesse de sua morte.
Ela ficaria sabendo através de Persa, que colocaria um anúncio no jornal: ERICK MORREU.
Tudo foi feito conforme combinado entre eles quando O Fantasma da Ópera finalmente padeceu de amor.
E, assim como Persa, encerro aqui sem saber como me referir a Erick. Vítima? Vilão?
Não importa, ele é e sempre será O FANTASMA DA ÓPERA. 💔