21.1.20

Artigo internacional 1: Sílaba tônica e bebês?

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Revista Developmental Science. Volume 12/6, 2009

During the first year of life, infants begin to have difficulties perceiving non-native vowel and consonant contrasts, thus adapting their perception to the phonetic categories of the target language. In this paper, we examine the perception of a non-segmental feature, i.e. stress. Previous research with adults has shown that speakers of French (a language with fixed stress) have great difficulties in perceiving stress contrasts (Dupoux, Pallier, Sebasti n & Mehler, 1997), whereas speakers of Spanish (a language with lexically contrastive stress) perceive these contrasts as accurately as segmental contrasts. We show that language-specific differences in the perception of stress likewise arise during the first year of life. Specifically, 9-month-old Spanish infants successfully distinguish between stress-initial and stress-final pseudo-words, while French infants of this age show no sign of discrimination. In a second experiment using multiple tokens of a single pseudo-word, French infants of the same age successfully discriminate between the two stress patterns, showing that they are able to perceive the acoustic correlates of stress. Their failure to discriminate stress patterns in the first experiment thus reflects an inability to process stress at an abstract, phonological level.

As pesquisas das quais participei no LSCP de Paris tinham dois objetivos: 

1) Identificar quando os bebês começam a reconhecer a sílabas tônicas das palavras de sua língua materna e a estranhar a tonicidade de outros idiomas;

2) Identificar quando os bebês começam a identificar uma palavra como sendo um substantivo ou um verbo e, assim, estranhar caso as palavras que venham junto não sejam adequadas. 
Difícil entender? Então vamos com calma.

No blog eu já expliquei anteriormente como são feitas as pesquisas de linguagem com bebês; corre lá procurar.

Agora vamos nos dedicar a esse primeiro estudo, sobre tonicidade e que deu origem ao artigo: Language-specific stress perception by 9-month-old French and Spanish infants que pode ser encontrado no link abaixo:

http://www.lscp.net/persons/dupoux/papers/Skoruppa_PCBDSLP_2009_Stress_Deafness_in_9_month_olds.DevSci.pdf

Já repararam a importância da sílaba tônica para a língua portuguesa? Em alguns casos, a tonicidade das palavras pode alterar o significado das mesmas, por exemplo, baba/babá, coco/cocô, Papa/"papá" e por aí vai.

E assim como na língua portuguesa, o mesmo acontece na língua espanhola. No entanto, isso não acontece no idioma francês. Os franceses, inclusive, não percebem mesmo essa diferença! 

Mas com certeza, eles nasceram aptos a aprenderem as características de qualquer língua do mundo e foram perdendo essa habilidade ou aptidão, no decorrer do desenvolvimento. 

Por essa razão, o estudo foi realizado concomitantemente em Paris e Barcelona, para comparação posterior. 

A pesquisa permitiu perceber que, aos 9 meses, os bebês espanhóis já se mostraram mais sensíveis a essas diferenças de tonicidade ( estresse da palavra) em relação aos franceses e, apesar de não conclusivo, esse estudo - novamente - vem nos mostrar o quão habilidosos são os bebês no que diz respeito à percepção de peculiaridades da fala e da linguagem.  

Então, pessoal, eu repito: vamos conversar com esses bebês!!!! Muita conversa, muita história e muita música para essa turminha. 










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