16.6.08

@ Educador, como seus alunos pronunciam as palavras?



Introdução
Há algum tempo a instituição escolar e os profissionais da saúde vêm trabalhando juntos na detecção e no atendimento precoce das crianças portadoras de dificuldades de linguagem. Essa atenção se explica pelo fato de ser reconhecida a importância da linguagem na formação da personalidade da criança e no seu desenvolvimento social, escolar e, futuramente, profissional.
A fonologia é um dos aspectos da linguagem mais simples de ser reconhecido pelos que estão próximos à criança. Não temos grande dificuldade ao reconhecer uma criança que “fala errado”, porém, a questão do falar certo ou errado deve ser considerada em relação a vários fatores, entre eles, a idade da criança.
O que pode levar uma criança de 5 anos ao tratamento fonoaudiológico, pode ser totalmente aceitável em uma criança mais nova, o que não significa que uma criança pequena deva estar livre de uma escuta um pouco mais crítica.

Desenvolvimento da Fonologia
De acordo com WERTZNER (2000), no desenvolvimento lingüístico da criança, normalmente observamos processos fonológicos ou simplificações das regras que regem a fonolologia e que podem ser ou não apropriados à faixa etária em que a criança se encontra. A partir de sua pesquisa com crianças da cidade de São Paulo, a autora caracterizou os principais processos fonológicos realizados, relacionando-os com as idades limite onde eles são aceitos.

Como a fonologia é considerada pelas educadoras
Para minha dissertação de mestrado perguntei a sete educadoras de uma creche municipal quais crianças elas consideravam ter uma dificuldade de comunicação. Em seguida, apliquei o teste de fonologia desenvolvido por WERTZNER (2000) em todas as crianças (as mencionadas e as não mencionadas pelas educadoras). Dessa maneira, 123 crianças de 3;0 a 5;11 anos passaram pelo teste.
Vale dizer que outros testes foram realizados, porém, para esse artigo, vamos considerar as crianças que falharam exclusivamente na prova de fonologia.
Considerando as três faixas etárias, 21 crianças que foram indicadas pelas educadoras como tendo alguma dificuldade de comunicação falharam em alguma das provas aplicadas e, entre elas, 38,1% apresentaram um desempenho em fonologia abaixo do esperado para a idade. Por outro lado, entre as 28 crianças que não foram indicadas, mas que apresentaram alguma dificuldade nos testes realizados, 46,4% falharam apenas na prova de fonologia. Os resultados indicam que a maneira como a educadora nota a desenvolvimento fonológico de seus alunos, varia segundo a idade das crianças, como mostram os quadros a seguir:

Crianças indicadas pelas educadoras e que falharam exclusivamente em fonologia:


3 anos
14,3%


4 anos
44,4%


5 anos
60,0%

Crianças não indicadas pelas educadoras e que falharam exclusivamente em fonologia:


3 anos
72,7%


4 anos
28,6%

5 anos
30,0%

Como podemos verificar, torna-se mais evidente a dificuldade em pronunciar os fonemas da língua, quando em crianças mais velhas. O que é inquietante, no entanto, é o fato de termos encontramos um número importante de crianças de 3 anos que não foram indicadas como tendo uma dificuldade de comunicação, mesmo havendo um atraso no desenvolvimento fonológico.
Parece que a crença de que “nada pode ser feito antes dos 4 anos” ainda existe em nossa sociedade. Ou talvez os educadores encontrem tanta dificuldade em encaminhar uma criança para uma avaliação fonoaudiológica no sistema público de saúde, que acabam por esperar que o atraso ou dificuldade sejam superados com o tempo.
O fato é que, mesmo reconhecendo todos os problemas relacionados ao nosso sistema de saúde (lista de espera longa, poucos profissionais atuantes, etc), nós devemos nos conscientizar de que nem tudo é aceitável quando vindo da boca de um “pequenino” de 3 anos. Se o encaminhamento não é viável, o simples estado de “alerta” e uma atenção complementar já podem ser suficientes para garantir o bom desenvolvimento da linguagem dessa criança.

Conclusão
Atualmente muito se discute sobre a importância da fonologia para o desenvolvimento da leitura e da escrita. Nas literaturas, coloca-se a consciência fonológica (consciência das particularidades de cada fonema e da interação entre eles) como uma das principais habilidades prejudicadas nas crianças disléxicas (SIEGEL & LE NORMAND, 2007). É por essa razão que, a partir do estudo realizado, concluiu-se que existe a necessidade de que educadores e profissionais da linguagem troquem mais informações sobre o desenvolvimento lingüístico das crianças e, especificamente, sobre o que é normal ou não segundo cada faixa etária.

Bibliografia
▪ALVES, R.C.D. Fonologia e vocabulário na percepção de educadoras sobre comunicação de pré-escolares. Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre pelo Departamento de Lingüística. São Paulo, 2005.
▪WERTZNER, H.F. Fonologia. In ANDRADE, C.R.F.; BEFI-LOPES, D.M.; FERNANDES, D.M.; WERTZNER, H.F. ABFW – Teste de Linguagem Infantil nas Áreas de Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática. São Paulo: Pró-Fono: 2000, cap.1, p.5-16.
▪SIEGEL, L.S.; LE NORMAND, M.-T. Troubles spécifiques des apprentissages. Les dyslexies. In CHEVRIE-MULLER, C.; NARBONA, J. Le langage de l’enfant. Aspects normaux et phonologiques. Issy-les-Moulineaux: Masson: 2007, cap.22A, 454-482.


*Artigo Publicado no Portal Ensinando:
http://www.portalensinando.com.br/ensinando/principal/conteudo.asp?id=4108. (Consulta em 11 de junho de 2008).

12.6.08

@ Falar e escrever: dois caminhos diferentes a seguir?


Fala X Escrita


Por volta dos seis anos de idade a criança domina a língua oral e vai iniciar, nessa época, o aprendizado da leitura. Entretanto, se o desenvolvimento da fala ocorre de maneira natural, o da escrita será resultado de uma aprendizagem explicita.
O bebê possui competências naturais que lhe permitem aprender a falar. Essas competências são “ativadas” no contato com o meio social que o cerca. Consequentemente, ele vai compreender e verbalizar a fala sem ter necessidade de um conhecimento prévio sobre as estruturas ou regras que compõem a língua oral.
De maneira diferente se dá o desenvolvimento da língua escrita, pois que esta é uma criação do homem.

A língua escrita: uma reflexão sobre a língua oral?


A aprendizagem da língua escrita em um sistema alfabético necessita do tratamento consciente e voluntário dos componentes da fala. Enquanto que uma criança não alfabetizada trata a língua oral de maneira natural e intuitiva, o pequeno aprendiz da leitura será levado a tomar a fala como um objeto de reflexão e análise, o que torna a aprendizagem da língua escrita mais custosa.

Sobre o que a criança alfabetizada deve então refletir?


O momento de ler e de escrever é o momento de refletir sobre algo que foi feito até então de maneira intuitiva. A criança inevitavelmente vai apoiar-se na oralidade nesse início da aprendizagem da língua escrita, mas, para que haja desenvolvimento, ela deve pouco a pouco perceber as particularidades de cada um desses sistemas lingüísticos.
O aluno então deverá se tornar consciente de que:
-A frases faladas são formadas por palavras e, ao escrever, essas palavras devem estar separadas uma da outra;
-Cada palavra é formada por sílabas e estas por fonemas - aqui entra a “Consciência Fonológica”, bastante citada nas literaturas sobre dislexia.
-As sílabas e os fonemas, se tiverem sua ordem alterada, mudarão toda a palavra;
-Alguns sons da fala são representados graficamente sempre da mesma maneira, já outros poderão ser representados por vários símbolos gráficos diferentes – a criança deverá escolher, entre essas várias possibilidades, a “boa”, ou seja, aquela que é adequada para a palavra a ser escrita;
-Ao contrário, algumas letras podem ganhar sons diferentes dependendo do contexto em que são utilizadas. Nesse caso, será durante a leitura que a criança perceberá que o “s” de “casa” e de “sapo” são pronunciados diferentemente;
-A entonação, a comunicação corporal, enfim, as diversas pistas transmitidas durante a fala, terão que ser representadas na escrita através de frases bem elaboradas e pontuações.

A Consciência Fonológica:


A leitura e a escrita vão exigir da criança um nível de atenção não exigida durante a fala. De todos os itens mencionados anteriormente, a Consciência Fonológica é o assunto do momento. Na França, por exemplo, a lei educacional exige que seja realizado um trabalho visando o desenvolvimento da linguagem dos pré-escolares e, no interior desse trabalho, encontramos o item 4.4 denominado “Tomar consciência das realidades sonoras da Língua” cuja tradução segue abaixo:

“O sistema da escrita alfabética se funda essencialmente na relação entre as unidades distintivas da linguagem oral (fonemas) e unidades gráficas (grafemas). Uma das dificuldades de aprendizagem da leitura reside no fato de que os constituintes fonéticos da linguagem são dificilmente percebidos pela criança pequena. Consequentemente, a criança trata os enunciados que lhe são dirigidos de maneira a compreender seu significado e sem analisar seus constituintes. É então conveniente lhe permitir escutar de outra maneira a fala dos outros e a sua própria, levando a criança a prestar atenção nos aspectos formais da mensagem.”

“Sabe-se que a poesia trabalha os constituintes formais, ritmos e sons, assim como com os significados. É por essa via que nós podemos introduzir as crianças a uma nova relação com a linguagem: cantigas, músicas, poesias, trava-línguas (...).”

“(...) A sílaba é um ponto de apoio importante para aceder às unidades sonoras da linguagem. Encontrar as sílabas que constituem um enunciado é o primeiro passo para tomar consciência quanto aos fonemas da língua. Nós chamaremos atenção para o fato de que as sílabas existem na fala e, segundo a maneira como nós as recortamos, os enunciados formados serão diferente. Uma das maneiras mais simples de fazer com que as crianças sintam as sílabas é ritmar os enunciados com batidas de mãos, por exemplo. Isso pode ser feito naturalmente durante uma canção e muito facilmente nas cantigas e poemas (...). De uma maneira geral, todas essas atividades devem ser curtas, porém, freqüentes, fazendo parte dos jogos ou dos momentos dedicados às atividades de educação artística.”
(Bulletin officiel de l’éducation nationale hors série n.1 du 14 février 2002)

Referências Bibliográficas:
▪DELAHAIE, M. L’évolution du langage chez l’enfant: de la difficulté au trouble. Paris: Inpes, 2004.
▪MINISTERE DE L’ÉDUCATION NATIONALE:
http://www,education.gouv.fr/bo/2002/hs1/default.htm. Acesso em 18 agosto 2007.
▪ZORZI, J.L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: questões clínicas e educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.

1.6.08

@ Plano de ação para com as crianças portadoras de Distúrbio Específico de Linguagem: o modelo francês.

Clipart: http://www.gifsecliparts.com.br/estudantes.htm


Em março de 2001, profissionais de toda a França se reuniram e criaram um plano de ação que foi endereçado ao Ministro da Educação Nacional, ao Ministro da Saúde e ao Secretário de Estado responsável pelas pessoas Idosas e Deficientes.

É claro que Brasil e França vivem realidades diferentes e, portanto, contam com necessidades diferentes. Nesse plano os franceses reivindicam, por exemplo, o aumento na quantidade de profissionais fonoaudiólogos formados. Não creio que o Brasil sofra com falta de profissionais, mas sim, com a escassez desses no sistema público de saúde.

De qualquer maneira, é interessante notar que eles solicitam uma melhor formação dos fonoaudiólogos, médicos, psicólogos e professores quanto à linguagem e seus distúrbios: como nós!

Enfim, vale a pena olhar....


O plano de ação se articula em torno de 5 orientações prioritárias e apresenta 28 ações:

Orientação 1: Melhor Prevenir.

Ação 1.1. Integrar e considerar, na elaboração dos novos programas da escola primária, as recomendações relativas à diferenciação pedagógica, aos objetivos de aprendizagem da língua oral e à avaliação das competências dos alunos (em particular no ensino infantil).

Ação 1.2. Elaborar nacionalmente e difundir entre os professores as ferramentas de avaliação de linguagem oral e de linguagem escrita. Enriquecer os protocolos nacionais de avaliação para que os professores auxiliados pelos profissionais especializados possam identificar as dificuldades e os distúrbios de linguagem oral e escrita.


Orientação 2: Melhor identificar as crianças portadoras de um distúrbio de linguagem oral e/ou escrita.

Ação 2.1. Criar uma comissão interministerial de especialistas franceses e de europeus francofonos sob tutela interministerial encarregada de recomendar aos diferentes profissionais da infância as triagens e os instrumentos diagnósticos, assim como indicações de como utilizar e interpretar os resultados.

Ação 2.2. Organizar uma triagem dos distúrbios de linguagem pelos médicos de crianças de 3 e 4 anos e pelos médicos de crianças de 5 e 6 anos [LEMBRANDO QUE NA FRANÇA EXISTE O MÉDICO ESCOLAR] a partir de baterias de testes para cada idade nacionalmente recomendados e considerando as informações fornecidas pelo professor, pela família e pelos profissionais envolvidos.

Ação 2.3. Dar recomendações aos diretores regionais do Departamento de Educação Nacional para que elaborem junto aos presidentes dos Conselhos Gerais uma convenção em cada município precisando as modalidades de intervenção e de colaboração de cada profissional e órgão.

Ação 2.4. Desenvolver a avaliação obrigatória de saúde desde o sexto ano a fim de que ela seja claramente um meio de explorar as capacidades lingüísticas das crianças e que possa conduzir a uma troca entre família, professores e profissionais da saúde.

Ação 2.5. Fazer dos hospitais universitários, centros de referência, formados por equipe multidisciplinar e permitindo elaborar diagnósticos precisos além de almejar estudos e pesquisas sobre a avaliação dessas condutas.

Ação 2.6. Dar recomendações as Direções Departamentais de Ocupação Sanitária e Social para que estas identifiquem, no centro de cada departamento (município), uma rede de profissionais liberais de saúde competentes para a elaboração dos diagnósticos e acompanhamento junto aos centros de referência.


Orientação 3: Melhor Conduta.

Ação 3.1. Desenvolver nas escolas normais condições de escolarização para as crianças que possuem distúrbios de linguagem moderados e severos nos níveis de primeiro e segundo ano estruturados em torno de um projeto pedagógico preciso.

Ação 3.2. Modificar as condições de realização dos exames escolares assegurando respeito ao anonimato e ao valor dos diplomas.

Ação 3.3. Reavaliar os dispositivos médicos sociais e sanitaristas voltados à melhor definir seus papéis nos casos de atuação com crianças portadoras de distúrbio de linguagem, tanto em matéria qualitativa quanto quantitativa, em triagens, diagnóstico e conduta.

Ação 3.4. Orientar as comissões especializadas quanto à avaliação das necessidades dos jovens portadores de distúrbios de linguagem e quanto a usar o orçamento (“guia de custos”) usado para avaliação das deficiências e das incapacidades de pessoas deficientes.

Ação 3.5. Investigar junto ao Comitê Médico de Saúde Pública a possibilidade de reconhecer e incluir os distúrbios de linguagem severos no grupo das patologias de longa duração.

Ação 3.6. Ampliar as condutas específicas melhorando as possibilidades de financiando para as crianças acolhidas pelos estabelecimentos ou acompanhadas na educação especial (....).
Orientação 4: Melhor informar, formar e pesquisar.

Ação 4.1. Elaborar um plano de comunicação entre o público, os profissionais da educação, sanitaristas e assistentes sociais sobre a existência desses distúrbios, sua prevalência, indicadores e instrumentos que os permita identificá-los.

Ação 4.2. Constituir um grupo de formadores tanto no domínio da educação quanto no da saúde, utilizando particularmente os grupos de pesquisas universitárias já voltadas para essa problemática.

Ação 4.3. Integrar à formação inicial dos professores do primeiro e segundo ano um módulo sobre o distúrbio específico de linguagem (informação sobre identificação dos sinais de alerta, as condutas a serem tomadas e as respostas pedagógicas diversificadas necessárias).

Ação 4.4. Inserir a formação inicial dos professores especializados, a maneira de identificar as dificuldades de aprendizagem da linguagem oral e escrita e os conhecimentos que concernem os distúrbios específicos de linguagem e insistir fortemente sobre os aspectos didáticos e pedagógicos. Atuar nos centros de formação dos psicólogos escolares para reforçar sua formação sobre esses distúrbios.

Ação 4.5. Fornecer recomendações aos reitores quanto à elaboração de planos acadêmicos de formação continuada, permitindo um crescimento de ofertas de formação de primeiro e segundo grau e multicategoriais (educação e saúde) sobre a aprendizagem da linguagem (aquisição, dificuldades, distúrbios, reeducação).

Ação 4.6. Desenvolver um pólo de recursos, de formação e de pesquisa ligados às universidades e aos hospitais.

Ação 4.7. Desenvolver a formação inicial dos médicos quanto à compreensão dos distúrbios de linguagem.

Ação 4.8. Atualizar a grade curricular do programa de formação inicial dos fonoaudiólogos a fim de desenvolver a prática de pesquisa e de avaliação fonoaudiológica e estudar a possibilidade de aumentar o número de fonoaudiólogos formados.

Ação 4.9. Intensificar a formação continuada dos profissionais da saúde junto aos órgãos responsáveis pela profissão médica e fonoaudiológica.

Ação 4.10. Levantar fundos para os tratamentos e para financiar a prática fonoaudiológica.

Ação 4.11. Lançar pedidos de oferta de pesquisa aplicada junto ao Ministério de Educação Nacional e de Pesquisa sobre conteúdos pedagógicos e didáticos.

Ação 4.12. Desenvolver os programas de pesquisa clínica, principalmente, no domínio de avaliação das práticas de tratamento e de estudos epidemiológicos.

Orientação 5: Assegurar o seguimento do plano de ação.

Ação 5.1. Criar um comitê interministerial de acompanhamento sobre uma duração limitada de funcionamento e dar recomendações às comissões departamentais (regionais) a fim de que elas elaborem sobre esse tipo de distúrbio um esquema de escolarização e de conduta.

Ação 5.2. Redigir uma circular interministerial endereçada ao conjunto de profissionais da educação e da saúde e especificando os objetivos do plano de ação e suas principais medidas.


Fonte: http://www.sante.gouv.fr/htm/actu/34_010321.htm

@ A linguagem no coração das aprendizagens


Preocupados com o índice de insucesso escolar e conscientes da importância da linguagem para o desenvolvimento da leitura e da escrita, os franceses inseriram as leis relacionadas à educação o item: A LINGUAGEM NO CORAÇÃO DAS APRENDIZAGENS.
Entre as atividades realizadas com as crianças de a partir de 3 anos de idade estão aquelas já conhecidas por nós (e frequentemente utilizadas pelos educadores brasileiros): estimular o discurso oral da criança, o relato de fatos vividos, o uso de marcadores temporais, etc. Os pequenos franceses também vão ter o primeiro contato com a escrita e, para isso, os educadores devem seguir o programa descrito no item 4 do currículo apresentado pelo governo. Conforme citado abaixo:
4. Se familiarizar com o francês escrito e construir uma primeira cultura literária.
4.1. descobrir as principais funções sociais da escrita;
4.2. se familiarizar com o francês escrito;
4.3. construir uma primeira cultura literária;
4.4. tomar consciência das realidades sonoras da Língua;
4.5. das atividades gráficas às atividades de escrita;
4.6. descobrir o funcionamento do código escrito.
Destaco o item 4.4. para chamar atenção ao fato de que os franceses estão verdadeiramente convencidos de que a estimulação das habilidades relacionadas à Consciência Fonológica é de extrema importância para o bom desenvolvimento escolar. Sobre esse assunto, a lei de 2002 diz que:
“O sistema da escrita alfabética se funda essencialmente na relação entre as unidades distintivas da linguagem oral (fonemas) e unidades gráficas (grafemas). Uma das dificuldades de aprendizagem da leitura reside no fato de que os constituintes fonéticos da linguagem são dificilmente percebidos pela criança pequena. Consequentemente, a criança trata os enunciados que lhe são dirigidos de maneira a compreender seu significado e sem analisar seus constituintes. É então conveniente lhe permitir escutar de outra maneira a fala dos outros e a sua própria, levando a criança a prestar atenção nos aspectos formais da mensagem.”“Sabe-se que a poesia trabalha os constituintes formais, ritmos e sons, assim como com os significados. É por essa via que nós podemos introduzir as crianças a uma nova relação com a linguagem: cantigas, músicas, poesias, trava-línguas (...).”“(...) A sílaba é um ponto de apoio importante para aceder às unidades sonoras da linguagem. Encontrar as sílabas que constituem um enunciado é o primeiro passo para tomar consciência quanto aos fonemas da língua. Nós chamaremos atenção para o fato de que as sílabas existem na fala e, segundo a maneira como nós as recortamos, os enunciados formados serão diferente. Uma das maneiras mais simples de fazer com que as crianças sintam as sílabas é ritmar os enunciados com batidas de mãos, por exemplo. Isso pode ser feito naturalmente durante uma canção e muito facilmente nas cantigas e poemas (...). De uma maneira geral, todas essas atividades devem ser curtas, porém, freqüentes, fazendo parte dos jogos ou dos momentos dedicados às atividades de educação artística.”
Na literatura ainda encontramos alguns desentendimentos sobre esse tema. Certos autores não acreditam na eficácia do trabalho de consciência fonológica antes que a criança tenha contato com a escrita. E você, o que pensa sobre o assunto?





@ Como anda sua comunicação?




Coisa de criança? Negativo! A Fonoaudiologia é uma ciência que tem por objetivo o estudo da Comunicação Humana, o que atinge pessoas de todas as idades. No entanto, a sociedade dá um enfoque maior aos pequenos, afinal, que mãe não fica preocupada ao perceber que seu filho está demorando a começar a falar ou que fala de uma maneira que ninguém compreende?
Em relação aos adultos as coisas acontecem de uma maneira um pouco diferente. Normalmente a comunicação de uma pessoa adulta só passa a ser notada quando ela é gravemente comprometida como, por exemplo, nos casos de acidentes, afasias (derrame cerebral), mal de Alzheimer e outros. Mas e quando os problemas de comunicação não têm uma causa tão evidente assim? Nesses casos, a pessoa com dificuldade pode estar sendo chamada de anti-social, desatenta, desinteressada, baixo-astral e outras coisas mais...e tudo isso injustamente! E como somos todos contra a injustiça, que tal conhecermos um pouco mais sobre os “males” da comunicação humana e os seus efeitos em nosso dia-a-dia?
- Audição: exposição ao ruído, fatores genéticos ou algumas doenças podem fazer com que a nossa audição vá diminuindo ao longo do tempo. Como a mudança ocorre gradativamente, nós podemos não perceber essa deficiência. Desconfie se: as pessoas pedem a todo instante para que você diminua o volume do rádio ou da TV; se você fica irritado com barulhos que não incomodam aos outros; se as pessoas reclamam que você não as escuta.
Dificuldades de audição podem levar ao isolamento social. “Porque minhas amigas andam tão impacientes comigo?” Se você anda se fazendo essa questão com freqüência, atenção: talvez a causa não seja nem aquele comentário que você fez nem o dinheiro emprestado que ainda não devolveu, mas sim, as várias vezes em que elas são obrigadas a repetir a mesma coisa.
- Voz: uso intenso da voz (falar bastante), alterações hormonais, algumas doenças, stress e fumo podem deixar sua voz fraca e rouca. Nesse caso, são as pessoas que não te compreendem e você é quem deve repetir várias vezes. Você não consegue mais cantar na igreja, ler nos cultos, participar do bate-papo animado entre amigos? Que tal pensar em procurar ajuda para sua comunicação?
-Memória: são várias as possíveis causas de dificuldade da memória. E são várias as razões pelas quais uma memória ruim pode prejudicar a comunicação: “É a milésima vez que você me conta a mesma coisa”, “Eu já disse cinco vezes onde eu guardei a chave”, “Outra vez a mesma pergunta?” Escutar essas frases a todo instante não é agradável. Elas fazem com que a pessoa se sinta constrangida, intimidada, ferida. Não há comunicação que resista; basta uma intervenção dessas para que o desejo de falar seja substituído pelo desejo de se esconder do mundo.
E que pena que a solução encontrada pela maioria das pessoas com dificuldade de comunicação seja justamente a de fugir dessas situações. A comunicação permite ao homem aprender, ensinar, estabelecer relações, criar vínculos. Privar alguém de se comunicar pode significar privá-la de viver em sociedade, sendo que esse modo de vida é vital para o ser - humano. Portanto, se você apresenta ou conhece alguém que apresente alguma das características aqui mencionadas e que, por essa razão, esteja sofrendo mudanças em seu comportamento ou modo de vida, não hesite em esclarecer suas dúvidas junto a um médico ou fonoaudiólogo. Comunique-se hoje para comunicar-se sempre!

@ Psicolinguística


A PSICOLINGUISTICA é o estudo dos processos cognitivos envolvidos no tratamento e na produção da linguagem. Fundada nos anos 50 ela se relaciona com diversas outras disciplinas como as ciências da linguagem, a neurologia, a neurobiologia, a psicologia e as ciências cognitivas.
A PSICOLINGUISTICA é composta dos seguintes domínios: aquisição e compreensão da linguagem, percepção da fala, produção oral e escrita, leitura, distúrbios da linguagem e linguagem X pensamento.
Ainda sobre linguagem, pode-se investigar: fonética e fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática.
Essencialmente empírica, a PSICOLINGUISTICA se utiliza de técnicas como, por exemplo, as mencionadas no artigo “Pesquisa com bebê?” postado nesse blog.
Um dos psicolingüistas mais importantes é Noam Chomsky (nascido em 1928 na Filadélfia).

@ Pesquisa com bebê?


A linguagem da criança começa muito antes das primeiras palavras. Antes mesmo do nascimento os bebês já começam a se familiarizar com a língua materna (Boysson-Bardies, 2003).

O fato de não conseguirmos avaliar, não significa que as crianças não sejam capazes de realizar determinadas tarefas lingüísticas. Por essa razão, os estudiosos da linguagem buscam cada vez mais adaptar as técnicas de avaliação às possibilidades reais dos bebês.


Uma vez que uma boa técnica foi encontrada para determinada faixa etária, abre-se um enorme leque de possibilidades quanto às habilidades a serem testadas dentro da fonologia, da sintaxe e da semântica. Aqui não me proponho a falar sobre os sujeitos de pesquisa, mas COMO se faz a pesquisa.

Até 2 meses► Aproveitar o reflexo de sucção não nutritiva do bebê: essa é uma boa maneira de fazer pesquisa com os pequeninos.
Um “captador” de pressão é ligado, de um lado, à chupeta do bebê e, de outro, ao computador. Busca-se observar se há mudança na pressão da sucção em relação ao estímulo linguístico.

De 5,5 a 18 meses► A técnica de Orientação Condicionada da Cabeça foi adaptada por Werker, Polka & Pegg (1996) aos estudos da linguagem. As autoras garantem uma melhor eficácia para os bebês com idade entre 6 e 10 meses.
A criança é condicionada a dar uma resposta a um determinado estimulo lingüístico e essa resposta é virar a cabeça para o lado de onde vem o som. Usarei aqui, um exemplo bastante simplificado para ilustrar a técnica: se queremos saber se criança faz a diferença entre duas palavras, podemos apresentar uma delas repetidas vezes. A cada vez que a criança vira a cabeça, ela terá um reforço visual (como um brinquedo que se ilumina ou se movimenta).
Uma vez condicionada, a criança vai passar a receber os dois estímulos alternados e, espera-se, que ela vire a cabeça apenas para a palavra treinada.
Essa é uma adaptação do “Peep Show” utilizado pelos audiologistas.

De 6 a 9 meses► A Medida do Tempo de Olhar (ou de Atenção) também vai contar com o apoio visual. Dois estímulos diferentes virão, de maneira alternada, de dois monitores – um de cada lado da criança. Nos monitores a criança vai ver (sempre alternadamente) a mesma imagem, porém, os estímulos sonoros serão diferentes. Após compara-se o tempo de atenção em relação a cada um dos monitores.

Dos 18 meses em diante► Nessa idade temos uma criança muito mais interativa e com várias possibilidades de resposta.
Vale aí a criatividade de cada pesquisador.
Exames neurológicos funcionais e eletrocardiogramas também podem ser utilizados para avaliar as respostas das crianças diante um estímulo linguístico!!!
Fontes:

@ Experiência Internacional


Par Sylvie Margules - 22 novembre 2006



Rita Alves est une orthophoniste brésilienne, spécialisée dans le langage. Elle a obtenu un Master de Linguistique en 2005 à l’Université de São Paulo (Brésil).
Depuis 6 ans elle travaille sur les troubles du langage, ce qui l’a amenée à s’intéresser à l’acquisition normale de celui-ci pour mieux cerner ses troubles, ainsi que pour chercher un meilleur moyen de rééduquer les enfants atteints de difficultés concernant le langage oral et écrit.
Elle est venue faire un stage au Laboratoire de Sciences Cognitives et Psycholinguistique jusqu’à Novembre 2007, pour se familiariser avec les différentes phases d’acquisition du langage par les bébés ; cela lui permettra de savoir comment se mettent en place les toutes premières étapes de l’acquisition du langage. En tant qu’orthophoniste, cette formation l’aidera à diagnostiquer plus tôt les éventuels troubles du langage présentés par un enfant donné, et de pouvoir lui éviter des conséquences gênantes.



Rita Alves é fonoaudióloga brasileira, especialista em linguagem. Ela realizou seu mestrado em Linguistica pela Universidade de São Paulo (Brasil).
Há seis anos ela trabalha com as alterações de linguagem o que a levou a se interessar pela aquisição normal a fim de melhorar seu trabalho de reeducação de crianças portadoras de dificuldades relacionadas à linguagem oral e escrita.
Ela veio realizar um estágio no Laboratoire de Sciences Cognitives et Psycholonguistique até novembro de 2007 para se familiarizar com as diferentes fases de aquisição da linguagem pelos bebês; isso a ajudará conhecer como ocorrem as primeiras fases de aquisição. Como fonoaudióloga, essa formação a ajudará a diagnosticar mais cedo as eventuais dificuldades de linguagem de uma criança e talvez evitar consequencias mais sérias.


TEXTO ORIGINAL:

@ Fonoaudiologia na França


Desde o início de minha formação no “Laboratoire de Sciences Cognitives et Psycholinguistique” em Paris, já encontrei profissionais vindos das mais diversas áreas e dispostos à compreender a comunicação humana. No entanto, é intrigante o fato de o fonoaudiólogo não estar entre eles.
Foi assim que decidi pesquisar e conhecer melhor a fonoaudiologia francesa ou a ORTHOPHONIE.
Acabei descobrindo que o fonoaudiólogo francês tem uma formação muita próxima à formação brasileira no que se refere à parte de terapia. É uma profissão de bastante estabilidade, oferecendo um certo conforto aos poucos que conseguem passar no exame de entrada.
Totalmente voltados para a atuação clínica, a pesquisa não parece ser um grade atrativo.

HISTÓRIA
Apesar dos primeiros centros de formação terem surgido em 1955, o reconhecimento da profissão só veio em 1964.
Segundo a lei, o “orthophoniste” é o profissional da saúde que “executa os atos de reabilitação que constituem o tratamento das anomalias da voz, da fala e da linguagem oral ou escrita”.

FORMAÇÃO

Para cursar uma das escolas de “orthophonie” o estudante deve passar por um exame de aptidões; uma das exigências é que o estudante não seja portador de nenhuma das patologias tratadas pelo fonoaudiólogo. O índice de sucesso nesse exame é inferior 10%.
Atualmente há 15 escolas na França. Os estudos duram quatro anos que englobam 1640 horas de ensino teórico e 1200 de estagio; uma monografia é exigida ao final do curso.
De uma maneira geral (considerando que cada instituição de ensino apresenta de particularidades) esse é o histórico escolar:
Primeiro Ano: psicologia, organização do sistema escolar e pedagógico, fonética, lingüística, audição, fonação, física, matemática, pediatria genética, neurologia, psiquiatria do adulto e da criança, psicomotricidade, geriatria.
Segundo Ano: neuropsicologia, psicolinguistica, distúrbios da linguagem, deficiências intelectuais, diagnósticos, deglutição, articulação, acústica da voz, fisiologia e anatomia da audição e da fala, alterações da fonação ligadas à fissuras palatinas e às insuficiências velares, neurologia, educação precoce.
Terceiro Ano: gagueira, deficiências, traumas cranianos (idosos, demências, afasias e memória), psicologia cognitiva, discalculias, surdez, metodologia, inglês, estudo de caso, legislação e ética.
Quarto Ano: ensino dirigido e estudo de caso, monografia, estágios (creches, asilos, hospital, escola especial e em consultório particular).

EXERCÍCIO PROFISSIONAL
O « orthophoniste » pode ser um profissional liberal, assalariado ou os dois.

O profissional liberal tem seus serviços cobertos pelo Saúde Pública, o que significa que o paciente recebe o reembolso do valor pago pelo tratamento (ou parte dele).

Só é permitido o trabalho em escolas se estas atenderem um público portador de uma patologia específica.


@ A evolução da Linguagem da Criança: da dificuldade ao distúrbio

Foto: http://www.inpes.sante.fr/



Em 17 de novembro de 2004, o Institut National de Prévention et d’Éducation pour la Santé – Inpes da França lançou uma nota de divulgação do livro “A evolução de linguagem na criança: da dificuldade ao distúrbio”.
Esse livro, que visava esclarecer aos profissionais na saúde e, sobretudo, aos profissionais da educação a importância de se identificar e tratar precocemente os distúrbios de linguagem foi distribuído gratuitamente em grande quantidade.
Isso mostra uma preocupação do governo francês para aquilo que ele chama de “um problema de saúde pública”, os distúrbios de linguagem.
Vale ler uma parte dessa nota de divulgação (lembrando que as informações contidas são as que constam no livro e correspondem à realidade francesa!!!!!!):

Os distúrbios de linguagem: do que se tratam?

Os distúrbios específicos de linguagem se referem a dificuldades de aquisição de linguagem oral e escrita por crianças que não apresentam nenhum déficit intelectual nem distúrbios sensorais.
Em termos de prevalência, esses distúrbios concernem de 4 à 5% de crianças por faixa etária e, entre essas, 1 % dessas crianças são atingidas de forma severa. Uma faixa etária conta com um número entre 700 mil e 750 mil crianças, o que significa que por volta de 30 mil apresentam um distúrbio de linguagem mais ou menos importante e que de 5 a 6 mil são seriamente comprometidas. Dizendo de outra maneira, uma entre duas crianças seriam atingidas, sem que esse distúrbio seja necessariamente identificado como tal. Trata-se, então, de uma verdadeira
questão de saúde pública.O plano de ação governamental (“governo francês”), apresentado em março de 2001, propõe 28 medidas a serem colocadas em prática pelo ministério da saúde e pelo ministério da educação nacional para melhorar a identificação e o diagnóstico das crianças portadoras de um distúrbio de linguagem. É nesse sentido que o INPES trabalha para colocar em prática um plano de comunicação que se destina aos profissionais e ao público em geral.
Os Distúrbios Específicos de Linguagem são distúrbios pouco conhecidos e os profissionais (professores, médicos e paramédicos) são pouco informados sobre eles. Essa falta de conhecimento pode ter conseqüências dramáticas para o futuro de certas crianças. Mal identificadas e mal orientadas, essas crianças se encontram na maior parte em situação de insucesso escolar e devem enfrentar, na idade adulta, uma dura realidade de inserção profissional e social. Sem falar nos problemas psicológicos que essa falta de compreensão pode acarretar, uma vez que podem ser rotulados como “preguiçosos” e de “instáveis”, enquanto que seu real desejo é de ter sucesso e fazer bem suas atividades.
A identificação precoce consiste então em reduzir os efeitos do distúrbio sobre a vida escolar e social da criança. É o momento onde alguém diz que “alguma coisa não está bem com a linguagem da criança”. Os professores da educação infantil são observadores privilegiados da evolução da linguagem da criança e da aparição de dificuldades. Atualmente trata-se de promover a identificação e lhe dar uma legitimidade.
[vê-se aqui uma ligação com a minha pesquisa de Dissertação de Mestrado postada anteriormente!!!]Uma criança que acaba de ser identificada deveria ser dirigida ao médico escolar (na França existe esse profissional) ou outro profissional capaz de realizar o diagnóstico. Em caso de confirmação de um distúrbio de linguagem, seria conveniente efetuar as avaliações complementares que permitiriam nortear a ação dos profissionais.
O objetivo do plano de comunicação do Impes é, então, fazer progredir o conhecimento sobre os distúrbios específicos de linguagem, especialmente entre os profissionais da educação e da saúde, a fim de reduzir o número de crianças não diagnosticadas ou diagnosticadas tardiamente. (...)
[texto original:
http://www.inpes.sante.fr/70000/dp/04/dp041117.pdf].

@ Fonologia e Vocabulário na Percepção de Educadoras Sobre Comunicação de Pré-Escolares / Minha Dissertação de Mestrado



Estudo aprovado e publicado pela Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos


   

Resumo


ALVES, Rita de Cássia Dias. Fonologia e Vocabulário na Percepção de Educadoras Sobre Comunicação de Pré-Escolares. São Paulo, 2005. 148p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Entre os subsistemas da linguagem, a fonologia e o léxico são aqueles que podem ser observados por qualquer pessoa do convívio da criança logo no início do desenvolvimento. No entanto, sabemos que há diferentes maneiras de se considerar a linguagem infantil e, o que parece ser uma alteração para um, pode ser considerado normal para outro.
Essa pesquisa teve por objetivo verificar a influência da fonologia e do vocabulário na percepção de educadoras sobre a comunicação de pré-escolares e contou com a participação de sete educadoras e 123 crianças divididas em: G1 (42 crianças de 3;0 a 3;11 anos), G2 (40 crianças de 4;0 a 4;11 anos) e G3 (41 crianças de 5;0 a 5;11 anos).
A avaliadora perguntou a cada uma das educadoras quais crianças de sua sala elas julgavam ter alguma dificuldade de comunicação e porque. Em seguida fora aplicadas as provas de fonologia (Wertzner, 2000) e de vocabulário (Befi-Lopes, 2000) em todas as crianças da sala (as citadas e as não citadas pelas educadoras).
Os resultados indicaram que, para cada faixa etária, a influência da fonologia e do vocabulário na percepção das educadoras se deu de maneira diferente.
Uma relação mais próxima entre Fonoaudiologia e Educação se faz importante, uma vez que notamos a necessidade de se esclarecer o que é normal e o que não é mais aceito, para cada idade, no que se refere ao desenvolvimento da fonologia e do vocabulário.

Palavras-chave: linguagem infantil, fonologia, vocabulário, pré-escolares, educadoras.




Abstract


ALVES, Rita de Cássia Dias. Phonology and Vocabulary in the Perception of Educators About Communication of Preschoolarchildren. São Paulo, 2005. 148p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Among the language subsystems, the phonology and the lexicon are the ones that can be observed by anybody of the child's conviviality soon in the beginning of the development. However, we know that there are different ways to considerer the infantile language and what seems to be an alteration for somebody, can be considered normal by other person.
This research intends to verify the influence of the phonology and the vocabulary in the educators' perception about the communication of prescholarchildren and it counted on the participation of 7 educators and 123 children divided in: G1 (42 children from 3;0 to 3;11 years), G2 (40 children from 4;0 to 4;11 years) and G3 (41 children from 5;0 to 5;11 years).
The appraiser asked each educator, which children of his/her classroom they judged to have some communication difficulty and the reason. Soon afterwards, the phonology (Wertzner, 2000) and vocabulary (Befi-Lopes, 2000) proofs had been applied to all children of the classroom (the mentioned and the no mentioned by the educators).
The results indicated that, for each age group, the influence of the phonology and of the vocabulary in the educators' perception felt in a different way. A closer relationship between Fonoaudiologia and Education is important once we noticed the necessity to explain what is normal and what is not acceptable any more for each age, regarding the development of the phonology and the vocabulary.

Word-key: Children’s language, phonology, vocabulary, preschool, educating.


Dissertação apresentada à Universidade de São Paulo

Sala de Defesa na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

Momento do parecer da banca julgadora

Membros da banca julgadora Professoras Doutoras Maria de Jesus Gonçalves e Fernanda Dreux Miranda Fernandes.
Orientadora Professora Doutora Debora Maria Befi Lopes.

Enfim...mestre!!!



































































LÍRIO VERMELHO (Trilogia das Flores) de Nora Roberts

Hoje acabei de ler esse livro. Foi bom? Se considerarmos que fiquei muito entusiasmada quando o ganhei do meu marido lá em Ubatuba e que fiq...